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Marcella Fernanda

Vou te contar, foi difícil.
Precisei revirar minha vida, pra te transferir pro quartinho de empregada.
Me mudei por completo, por fora, cabelo, unha, roupa.
Por dentro, jeito, pensamentos, coração.
Precisei de outros caras andando pela casa e me enjoando, até um dia, um deles me fazer rir.
Como você nunca tinha feito.
E depois outro e você foi deixando de fazer falta.
Só não quero que você me culpe.
Sou outra, porque você me transformou, porque foi preciso.
A mesma ia continuar sendo sua, de corpo e alma presa num nada.
Você nunca foi embora, mas também nunca ficou.
Pensava em mim, mas nunca se importou de verdade, nunca se esforçou pra dar certo.
Sua ausência já me feriu muito, me fez pensar que eu nunca ia conseguir de fato partir e aceitar uma ausência definitiva.
Mas hoje já não me importa, porque tua presença não compensa os dias de espera.
Porque seu telefonema não me dá frio na barriga e sua voz não me deixa mais sem chão.
Eu fechei meus olhos pro mundo pra só enxergar você e fiquei cega por muito tempo.
Mas depois de olhar o mundo de novo, você já não tem mais cor, não se destaca.
E tudo isso foi culpa sua, obrigada.
Tantos conselhos de amiga que eu engoli pra continuar de olhos fechados, mas é assim, não é Era você quem tinha que me fazer desistir, mais ninguém.
E tá feito, tô feliz, sou outra e sou minha.
Aprendi contigo mais do que havia aprendido toda a minha vida, voltei a ser minha com a mesma intensidade que fui sua um dia.
Precisei de mil textos sobre você, distribuir essa loucura em linhas e hoje, vim te encerrar com as mesmas linhas que te deram início, continuidade e, agora, fim.

Eu me desculpo e me aceito de volta
Essa manhã eu acordei, olhei pela janela e vi tanta vida lá fora.
Tanta gente incrível cruza nosso caminho e a gente nem se dá conta, tanta coisa simples e bonita que passa despercebida na correria do dia a dia.
Quando dei por mim tava sorrindo, pensando em como a vida é irônica! Lembrei de coisas que me arrasaram quando eu perdi e que hoje não me fazem a mínima falta, lembrei do quanto eu julguei e acabei fazendo a mesma coisa, de quantas brigas eu comecei por motivos tão bobos.
Recordei bons e maus momentos, assisti muitos flashs da minha história de forma passiva, sem me culpar.
Esse ano novo, como todos os outros, eu me prometi que ia ser tudo diferente, que ia ser um ótimo ano.
Clichê, no começo eu até me empolgo, mas no fundo nem eu acredito nas minhas promessas de começo de ano.
Essa semana eu senti que eu precisava organizar minha cabeça e coração, pra então minha vida mudar de rumo.
Sabe, aquela arrumação que a gente sempre adia: mandar algumas pessoas e sentimentos pra lixeira, aceitar as coisas novas, mover algumas lembranças pra pasta ‘Passado’, mudar o plano de fundo.
Confesso que foi um alívio essa minha sede de recomeço, me ver livre desse CD riscado As coisas só começam a fluir, quando a gente permite que isso aconteça.
Eu tô confiando em mim de novo, me permitindo, porque eu sei que posso muito, mereço muito! E como é bom eu finalmente me dar essa segunda chance, depois de ter dado tantas pra quem nem valia a pena.

Eu acho que não suporto uma nova história.
Só isso, tudo isso.
Mais uma tentativa em vão, Deus me livre.
Todas as minhas amigas tiveram alguns poucos casos breves e um amor clássico, desses que faz a gente sofrer por anos.
E eu aqui, colecionando relacionamentos falidos como quem monta um álbum inútil de figurinhas.
Compro um novo pacote, esperando novidade, alguma especial e só consigo repetida.
Parei.
Cansei.
E dessa vez não vou me desculpar pelas minhas partidas, porque eu não consigo ser meia presença, me doar quinze por cento, amar um pouquinho e deviam me agradecer por isso, aliás.
Não vou me sentir culpada pelo desapego, por ficar só por ficar com um carinha sem graça que me chama de amor, mas nem me liga.
Tudo bem, porque eu ando com preguiça de ligações, que ligam as vozes e nada mais.
Quero ligação de alma, de destino, de vida.
Quero todos os detalhes que ninguém nunca conseguiu me dar, preocupados em impressionar ou suprir necessidades que nunca foram necessárias.
Até você, o de sempre, já não me desatina e eu não sei te responder quando você pergunta se eu te amo.
Mas sou sincera quando digo que não vejo futuro numa história que, de tanto que eu tentei matar e enterrar, perdeu a cor.
E se alguém não me vira do avesso, não me faz ter certeza de que absolutamente tudo vale a pena por nós, a única certeza que eu tenho é de que não é amor.
Porque essa sou eu! Ou eu me jogo, ou vou embora, se eu paro pra perguntar se vale o risco ou a dor, no fundo eu sei que não vale.
Sei absolutamente tudo que eu não quero, de trás pra frente, mas o que eu quero talvez seja tão simples, que eu nem sei explicar.
Um dia desses eu tava no ônibus e ouvi um rapaz conversando com o amigo “Tô muito cansado, morto mesmo, vou chegar em casa, tomar um banho, ligar pra minha namorada e dormir.” Acho que é isso, entende Comigo eles se cansam, tomam um banho e dormem.
É isso que eu quero: Ficar pra agora, pra ontem e não mais pra depois.