Pois o homem que queira professar o bem por toda parte é natural que se arruíne entre tantos que não são bons.
Quem num mundo cheio de perversos pretende seguir em tudo os ditames da bondade, caminha inevitavelmente para a própria perdição.
A primeira imprensão que se tem de um governante e da sua inteligência é dada pelos homens que o cercam.
A prudência persiste em saber reconhecer a natureza dos inconvenientes, aceitando como bom o menos mal.
Os homens em geral formam suas opiniões guiando se antes pela vista do que pelo tato, pois todos sabem ver mas poucos sentir.
Cada qual vê o que parecemos ser, poucos sentem o que realmente somos.
Precisando, portanto, um príncipe, de saber utilizar bem o animal, deve tomar como exemplo a raposa e o leão: pois o leão não é capaz de se defender das armadilhas, assim como a raposa não sabe defender se dos lobos.