Nas ondas da praia
Nas ondas do mar
Quero ser feliz
Quero me afogar.
Nas ondas da praia
Quem vem me beijar
Quero a estrela da alva
Rainha do mar.
Quero ser feliz
Nas ondas do mar
Quero esquecer tudo
Quero descansar.
Brisa Vamos viver no Nordeste, Anarina.
Deixarei aqui meus amigos, meus livros, minhas riquezas, minha vergonha.
Deixaras aqui tua filha, tua avó, teu marido, teu amante.
Aqui faz muito calor.
No Nordeste faz calor também.
Mas lá tem brisa: Vamos viver de brisa, Anarina.
Beijo pouco, falo menos ainda Mas invento palavras Que traduzem a ternura mais funda E mais cotidiana Inventei, por exemplo, o verbo teadorar Intransitivo: Teadoro, Teodora
Duas vezes se morre: Primeiro na carne, depois no nome.
Os nomes, embora mais resistentes do que a carne, rendem se ao poder destruidor do tempo, como as lápides.
Irene no Céu Irene preta Irene boa Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu: Licença, meu branco! E São Pedro bonachão: Entra, Irene.
Você não precisa pedir licença
Não quero amar, Não quero ser amado.
Não quero combater, Não quero ser soldado. Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples!
Mais te amo,ó poesia, Quando a realidade transcendes,Em pânico, desvairando,Na voz de um Murilo Mendes