Guardo uma beleza no olhar, coisas que só meus olhos conseguem enxergar.
Vejo riquezas nas coisas simples e sentimentos nos pequenos gestos.
Eu aprecio a humildade e sei que a grandeza está nas pequenas coisas que se transformam em aprendizagem.
Costumo fotografar em pensamentos imagens dos mais diversos momentos, guardo tudo o que foi bom no álbum da minha memória e o que foi ruim, não revelo para ninguém.
Tenho um sexto sentido de dar inveja, sei de coisas que ainda vão acontecer e consigo ler o que ainda irão escrever.
Não faço ideia do que se passa na sua cabeça, mas consigo decifrar a sua má intenção.
Às vezes caio nela, às vezes não.
Eu gosto das minhas roupas e do jeito que elas me vestem, me fazem esconder o que por dentro costumo levar.
Eu coleciono cartas, algumas jogo fora, outras escrevo sem te mandar.
Eu te dou pistas, te esbarro de palavras, mas você não consegue me decifrar.
E entre o meu silêncio, na minha acomodação, no meu canto eu grito sem ninguém me escutar.
Tenho saudades do tempo que não volta e costumo voltar para tentar resgatar.Tem dias que acordo sem me levantar, tem dias que levanto sem acordar.
Tenho manias de emprestar sorrisos e sonhos, uso todos e depois eu devolvo.
De rancores eu não posso negar, já guardei alguns na mala, mas ficou muito pesado para carregar.
Algumas vezes caio em contradição e outras vezes na sua mão.
São coisas que eu não conhecia, coisas que de mim eu não sabia.
Agora eu sei.