Sentados à mesa, cruzadas as pernas,
Cruzam se os olhares
O café, quente, queima a boca, cai na roupa,
Queima a gente
Bebem se aos goles, aos poucos,
Tão loucos
Rosa
guerreira,
maluca,
é doce,
faceira
e goza
faz pose,
é rainha
dum mundo
de fada;
descrente,
mas luta,
sozinha,
a troco
de nada.
Você o elegeu
Em busca de mudança
Mas sendo um fariseu
Ele traiu sua confiança!
Vestia uniforme de herói
Escondendo a grande pança
Mas a índole que o mói
Levou o à matança!
O mal a tudo corrói
Até mesmo a esperança!
(Enganos)
Rosa, no canteiro,
Ouve um chamado
Arrepios, no corpo inteiro,
Enquanto Cravo, canta!
E Rosa levanta,
Rodopia, se assanha
Cravo acredita!!!
Ela aceita e não barganha.
Rosa se agita!!
Cravo, seu amor,
De outra vida, ressuscita!
Amália, maluca,
amealhava amores malhados
boa como milho,
humilhava a melhor mulher da vida
no seu malho ao molho,
malhava, molhava, malvada,
a milhas e milhas daqui.
Na volta das idas e vindas,
Na pista despida e partida,
Revoltam as reviravoltas da vida.
Envolta em pistas perdidas,
Volta ao ponto de partida.
De volta, de alma despida.
Os cantos de minh'alma
São negros, são ocos,
São noites sem lua,
São becos de loucos,
Poções de mar morto,
São tapas e socos,
Restos de sonhos
Ligados em outros
Tão longe, tão fracos
Tão poucos
(Cantos Negros)
Asa morena
Vem e me abraça!
A dor é pequena,
Mas constante, não passa!
O passado condena,
A alma estilhaça
Felicidade, me acena,
Me enche de graça