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Kamylla Cavalcanti

Você me dá raiva, Me dá raiva porque me esqueceu, porque era feliz pensando que alguém me amava e esse alguém sempre foi você.
Você me dá raiva, raiva de como não me liga mais pra saber como estou, raiva de como esqueceu meu aniversário, raiva de como percebo em sua voz que não sou mais interessante.
Fui egoísta eu sei, boba e egoísta, mas quem nunca quis ser amada Quem nunca se sentiu a vontade com um amor de cabeceira e irreal Quem nunca quis se sentir única pra alguém Eu que sempre fui tão acostumada a amar mais, a querer mais, a se entregar mais de repente me vi do outro lado, você me ensinou a ser do lado que não se importa.
Você me deu raiva, deu raiva ver que não sou mais a preferida, que não te caso mais encanto, que minha presença não mexe mais com você.
De todos que eu tive, você foi o único que nunca me teve E eu iludia, brincava, jogava porque no fundo sabia que teus olhos saudosos no fim sempre iriam pousar nos meus.
Sua ausência me dá raiva, minha saudade me dá raiva, e esse desconforto que me enfrenta todos os dias quando acordo me atormenta.
Você não está mais aqui, logo você que foi o único que quis ficar mesmo sabendo de meus defeitos, minhas carências, minhas manias, logo você que se dizia incansável de mim, cansou
Essa raiva se alimenta das lembranças que me corroem.
Teus olhos ausentes no último encontro, teus sorrisos cada vez mais apagados por tantas mágoas guardadas, sua voz que se calava pra não expressar mais um amor que na verdade já estava morrendo
Tenho raiva de você, dos tantos lugares que queríamos ir e não fomos, dos inúmeros beijos que não demos, dos muitos planos que fizemos e morreram sufocados pelo meu desprezo.
Mas de tudo que tenho mais raiva, a maior de todas é a raiva que tenho de mim, a raiva de ter perdido a chance de amar e ser amada, a raiva de ter tido medo de estar sendo correspondida, a raiva de não ter percebido que o melhor pra mim era você.

Ontem você me ligou depois de anos e disse que não me esqueceu, que não se arrependeu de tudo o que fizemos e que a gente de alguma forma tinha valido a pena.
Custei a acreditar, e você estranhou, antigamente era tão simples me convencer de algo que você falava mas agora algo mudou, coração blindado sabe Pois é, aprendi.
Numa conversa de trinta minutos eu entendi o porque que tínhamos que está longe, você me disse que estava feliz e eu mesmo sem ninguém também estou, to sorrindo mais e olha o meu progresso: falar com você não me afeta tanto como antes.
Cheguei a um estágio em que já me acostumei com essas ligações suas, é como se algo dentro de você quisesse ter a certeza se eu ainda estava ali.Não lembro mais de você como antes mas quando lembro são as melhores lembranças, das risadas, das conversas sérias, do seu jeito único de poetizar tudo, você foi a pessoa que eu conheci que mais se pareceu comigo, deve ser por isso que não demos certo.
Havia desejo, sintonia, amor mas não havia o aval do destino e hoje sei que era verdade quando você me disse que ele seria nosso maior inimigo.
Fazia tanto tempo que não sentia sua falta mas quando você me disse que imprimiu e guardou nossa última conversa eu tive raiva por aquilo tudo, eu tive raiva por um nós que nunca existiu,eu tive raiva por não ter tentado modificar nada por medo de me ferir, sendo que a minha desistência me machucou mais que qualquer tentativa.
No fim de ontem eu só queria está com alguém que eu conseguisse sentir a metade que eu senti com você, eu só queria vê minha voz trêmula por ouvir outra voz que não fosse a tua, eu só queria esperar outro alguém no fim de todos dias que não fosse você.

No início agente se encanta por um sorriso torto mas fofo, um jeito de olhar que esconde uma malícia coberta de inocência, uma maneira de andar atrapalhada e por vezes charmosa no primeiro contato agente se envolve com as maneiras de falar, com o cuidado em não nos deixar sozinha no meio de uma festa, com a forma preocupada de nos olhar quando dizemos que toda aquela gente está nos sufocando, com o modo carinhoso de ouvir nossas estórias sem nenhuma interrupção Nosso primeiro pensamento quando chegamos em casa é o quanto ele é bonito e suas mãos pareciam firmes e frias mesmo num ambiente deveras quente, o quanto ele sabia o que dizer mesmo quando agente não falava coisa com coisa, o quanto ele era doce e selvagem ao mesmo tempo
Mas nada disso nos revela se é amor, o amor se revela quando ele não liga e você passa a noite esperando em vão mas ainda assim ele continua pulsando em você, o amor se revela quando ele se mostra rude, quando o trabalho toma lugar dos passeios de domingo, quando ele já não pergunta sobre você com o mesmo entusiasmo mas ainda assim ele continua encantador, o amor se revela quando ele já não é tão bonito quanto antes, nem tão corajoso, nem tão meigo e ainda assim tudo que ele faz lhe encanta, o amor se revela quando ele já não está tão bem nos negócios, quando ele já não se faz presente e quando esquece o aniversário de namoro mas mesmo assim o modo como você o vê não muda, o amor se revela quando no final do expediente de trabalho no dia em que aquela promoção chega o happy hour não faz mais tanto sentido tudo que você quer é estar nos braços dele, o amor se revela quando tudo na sua vida se encaminha, você está no emprego dos sonhos, seu cabelo não está precisando de nenhum retoque especial, você e sua mãe finalmente andam se entendendo e você está querendo explodir de alegria mas tem que se conter porque ele está passando por problemas no trabalho e brigou com o pai.
O amor se revela quando a crise chega, quando a dor não permite mais passeios, nem viagens, quando o dinheiro se torna escasso e quando a morte leva as esperanças pra debaixo do tapete mas ainda assim você não se ver com ninguém mais além dele.
O amor se revela quando agente não encontra justificativas plausíveis para ele existir, ele simplesmente existe!

Eu amadureci quando descobri que ás vezes temos que deixar as pessoas irem embora antes que a vida nos tire a força, que o amor verdadeiro é aquele que permite que a pessoa que amo seja livre mesmo que essa liberdade seja longe de meus braços
Eu amadureci quando enxerguei que o amor precisa ser reconhecido,apreciado e não escondido que me contentar com um amor assim é cruel é desumano
Eu amadureci quando descobri que a mesma chuva que destrói meus sonhos é a que faz nascer relva na terra seca que desejar o bem é muito mais proveitoso pra quem deseja que se a vida é enlouquecer de amor, quero ser lúcida pra reconhecer o que sinto, pra viver o que sinto sem sufocar ninguém apenas me permitir perceber o momento em que não sou mais querida e ir embora seguir minha vida.
Eu amadureci quando entendi que posso deixar alguém ir e ficar com ela pra mim ficar com suas lembranças com seus risos com seus trejeitos com suas danças e ainda assim deixá la livre como uma borboleta ao sair do casulo.
Eu amadureci quando descobri que ninguém se prende a ninguém por amor o amor é livre o amor nos deixa livre o amor é um pássaro em meio a imensidão o que sufoca não é amor é ilusão, interesse tudo menos o amor, aprendi que o amor não tem definição, não tem regras pois ele é a própria regra, a regra do sim e do não, que quando se ama, se ama por inteiro, por completo que amor pela metade não é amor é medo, medo de mergulhar, medo de viver, medo de experimentar
Eu amadureci quando percebi que os sonhos mais bonitos são os sonhados a dois que se sonho com alguém só não vale a pena, sonho concreto é sonho dividido, misturado, compartilhado pra enfim ser vivido e é tão bonito quando isso acontece, é a coisa mais linda que a vida nos permite sentir, presenciar um sonho tão almejado, suado, sangrado se tornar real
Eu amadureci quando vi que minhas dores de amor são suportáveis a medida em que esqueço de me concentrar nelas que elas são inevitáveis assim como a dúvida de se um dia elas passarão mas que posso ainda sangrando me permitir olhar o horizonte, reconhecer um novo amor viver um novo amor e apagar tudo que passou pelo menos tirar toda a tristeza do centro das atenções
Eu amadureci quando reconheci meus traumas como parte de quem sou hoje e não apenas como desventuras de um destino infeliz que todo preparo e desapego que carrego veio desses desencontros tão irremediavelmente desastrosos e que toda a lágrima e revolta serviu para eu reconhecer quando a felicidade bater a porta aprendi que não posso me fechar pra todos só porque alguém me feriu posso mudar de atitude mas nunca, nunca de essência.
Eu amadureci quando entendi que não se pode crescer sem sofrer, sem sangrar, sem parir que hoje o que preciso de imediato é te deixar partir, ser feliz, aceitar que sua escolha já foi feita e que dela inevitavelmente não faço parte.

Eu amadureci, eu sei disso, mas ainda não aprendi a controlar minha dor, ainda não consigo lhe dar com despedidas, e sinto demais, sofro sempre mais do que o permitido e vivo passando do limite do saudável.
Ontem me vi assim, como uma crian
ça no primeiro dia de aula, fechando um ciclo, um ciclo feliz, mas um ciclo que precisava ser fechado, pois sempre há mais o que ver e ninguém merece ter a visão limitada pra tudo que se ainda há pra viver.
Hoje acordei querendo fugir de tudo, querendo esquecer o tanto que errei e o tanto que erraram comigo, querendo dormir e só acordar quando puder enfim respirar aliviada.
Hoje queria uma máscara temporária, que me fizesse passar desapercebida, não exijo novos lugares, novas pessoas, novas histórias, eu só queria não ser lembrada por um tempo.
Eu só queria me convencer de que essa sensação vai passar porque agora está tudo doendo tanto que parece que eu já nasci com essa dor.
Queria sumir um pouco, de tudo, sentir essa dor até ela parar de fazer sentido, chorar até eu decidir que já deu, gritar até essa mágoa sumir.
Queria me esconder, me esconder até poder olhar pra todo mundo sem me sentir vigiada, até reconhecer familiaridade em todos que me rodeiam, já que hoje ninguém parece entender nem aliviar o que tá me matando.
De tudo que mais queria hoje, eu desejaria aprender simplesmente a me perdoar, a admirar a minha entrega, a sentir orgulho de tudo que sou e me faz ser essa intensidade em pessoa.
Das coisas que mais me atormentam, a pior é saber que não há nem nunca houve alguém em que eu pudesse ver um pouco de mim e não me sentir só nesse mundo que ninguém parece sentir.