Eu não me canso dessa rotina que vivo diariamente dentro do meu apartamento, ouvindo Cícero, a janela aberta, o sopro do vento ecoando dentro das estruturas do meu cantinho onde habito, uma parede de livros, outra parede de LPs antigos, uma radiola entre as quinas do pilar, sentado na velha cadeira de madeira, fumando o mesmo cigarro, calçando sempre o mesmo All Star azul, o meu velho e companheiro fusca 76 na frente do residencial, lembrando dos tempos de carnavais, as marchinhas e o frevo, aquele agito na grande recife e ao termino de fevereiro, aquela paz de Olinda, que só quem conhece sabe, pena que nunca vivi, apenas escrevi.
Poema: Canções de apartamento