José Ortega y Gasset

Debaixo de toda vida contemporânea se encontra latente uma injustiça.

O amor vive do pormenor e procede microscopicamente.

A vida é um drama porque a vida, individual ou colectiva, pessoal ou histórica, é a única entidade do universo cuja substância é o perigo.
Compõe se de peripécias.
É, rigorosamente falando, drama.
Nós não nos demos a vida, mas esta nos é dada; encontramo nos nela sem saber como nem por quê; mas do fato de que ela nos é dada resulta que temos de fazê la nós mesmos, cada um a sua.

Em vez de pintar coisas puseram se a pintar ideias.

Esta é a primeira consequência que sobrevém quando no mundo alguém deixa de mandar: que os demais, ao se rebelarem, ficam sem tarefa, sem programa de vida.

De querer ser a crer que já se é, vai uma distância do trágico ao cômico.

O revolucionário não se rebela contra os abusos e sim contra os usos.

O importante é a lembrança dos erros, que nos permite não cometer sempre os mesmos.
O verdadeiro tesouro do homem é o tesouro dos seus erros, a larga experiência vital decantada por milênios, gota a gota.

A revolução não é a sublevação contra a ordem preexistente, mas a implantação de uma nova ordem que vira a tradicional pelo avesso.

A vida é uma série de colisões com o futuro, não é uma soma do que temos sido, e sim do que desejamos ser.

A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida.
É uma dimensão constitutiva da existência humana, como as mãos são um atributo do homem.

Cultura é o sistema de ideias das quais o tempo vive.

Desconfio do respeito de um homem com seu amigo ou sua bandeira quando não o vejo respeitar o inimigo ou a bandeira deste.

A pior das crises é a crise do dicionário.

Em épocas de grande agitação o dever do intelectual é manter se calado, pois nessas ocasiões é preciso mentir e o intelectual não tem esse direito.