Tempestade
Diante do espelho
O que vejo é o que não tem vez
O que vejo é o que não me pertence
No espelho da minha verdade
Descubro as ilusões da idade
Viajo nessas ilusões e me perco
Ao me perder me encontro
É nesse reencontro que está minha apaixonada verdade
Já não são quimeras meus sonhos
Já não são fantasias meus desejos
Encontro me no desalento do tempo
Perco me no relento e no vento
Já não conheço meus versos
Já não reconheço meus sonhos
Devaneis e anseios
Verdades adormecidas
Que ao serem relatadas em versos
Se perdem em palavras que desconheço
Desconheço esse tempo e espaço
Vivo no vão e não ilusão
Perco me e descubro me
Já não busco verdades
As verdades me encontram
É nesse encontro que me torno eu
Ao ser eu me realizo
Me materializo
Vivo amo
Já não espero, pois a espera me cansa.