Isabel Morais Ribeiro Fonseca

Há tanta maldade
No trabalho
Inveja, ciúmes
O diz que diz
Enfim haja paciência.

Hoje o dia está chuvoso
Sinto cheiro da chuva
Que torna menos vazia
A minha existência

Não me contes a tua vida
Olha que a inveja
Mora muitas vezes
Em sorrisos falsos
Que tu não vês
Ou não consegues ver.

Porque há tanta
Maldade no trabalho
Inveja, ciúmes
O diz que diz
Porque não entendo!
Sinceramente
Vive e deixa viver.

DISPO
Dispo as palavras
Em mil pensamentos
Em mil passos imaginários
Em mil pétalas
Em mil poemas
Em mil sentimentos
Em mil letras
Dispo as palavras
Em mil sorrisos
Em mil abraços
Em mil detalhes
Em mil momentos perfeitos

SEGUE ME
Segue me a morte
De dia ou de noite
Mas eu não te almejo
Muito menos te desejo
Suplica me ao ouvido
Numa fina voz rouca
Como se fosse um beijo
Uma carícia que teima
Em ficar colada em mim
Exigindo o meu corpo
Já vencido e doente
Numa saudade esquecida.

SÃO OS VERSOS ❤
São os versos poéticos
Que já foram feitos
Nas lágrimas vertidas
De escritos calados
Poemas em folhas
Balançam ao vento
Letras perdidas
Em tantos momentos
Amores perdidos
Escritos em segredo
São os versos poéticos
Esquecidos na mente
Perfumados de flores
De tantos sentimentos
Decidi amar amar te a ti
No silêncio da noite
Já escura no profundo
Do meu ser amor

ESCREVO
Escrevo, escrevo porquê
Escrevo porque preciso
Porque gosto, faz me bem
Ninguém tem nada com isso
Como as cerejas da minha janela
São doces também as letras são
Escrevo porque faz sol ou chuva
Palavras que me mordem a alma
Escrevo com o coração aberto
Pensamentos em utopias minhas
Por isso não me tente analisar
Escrevo, escrevo, escrevo e pronto
Não me analise já não tenho paciência
Pois quem critica os meus defeitos
É porque inveja as minhas virtudes

SOU
Sou um ser
Sou um raio de luz
Sou mãe, sou flor
Sou bruxa, sou poderosa
Sou loba, sou amante
Sou choro, dor, amor
Sou vida, paixão
Sou inicio e fim
Sou linda, sou feia
Sou gorda, sou magra
Sou sol, lua, estrela
Sou fogo, chuva, vento
Sou amada, esquecida
Hoje sou apenas mulher

SOU AMANTE
Sou amante do mar
Numa peregrinação incansável de mim
Procuro um sentido que há muito perdi
Num reflexo de fé entre a paz que foge
Deixo as pegadas com medo frequente
De me perder de ti
Rastros em cada passo teu
Lírico amante este, o mar claro

Amo te
Como numa dança de morte
Nos períodos de seca
Estão os lobos
Famintos de carne.

SIM
Às vezes a cruz é tão negrume
Que penso que sou um verme
Sem alma sem coração
Onde as palavras germinam flores
Cinzas de recantos escondidos
Albergadas nos calabouços do tempo
Já perdidos no deserto da mente
Espelho confuso num lamento
Murmúrio feito de dor na cruz
Que carregada me é pesada

CASA DE PAPEL
Casa de papel que adormece sem olhos
Como uma cascata no reflexo da lua
Sussurra palavras doces num hino ao amor
Respira em cada beijo dado em cada sonho
Promessas que o vento leva para longe
Pelos meus cabelos que se soltam
Num caminho descalça as notas musicais
Como uma bela donzela adormecida pela luz
Casa de um amor com o gosto do mel
Para sentir o cheiro do néctar em flor
Abelha que faz esta delicia que envolve a alma
Sabonete que perfuma a pele num poema
Flor de mulher na alegria das lágrimas caídas
Na felicidade sentida no retorno dos versos
Harmonia em papel de cores como de amores
Em cada letra, em cada construção poética.

“SONHOS
Sonhos rotos vazios de palavras
Onde habita num subúrbio
Toda a minha tristeza
Como um pântano de borboletas
No cair das folhas de outono
Deixa que os meus silêncios te falem
Deixa que a minha dor se esconda
Deixa que a minha solidão te procure
Deixa que as palavras se tornem carícias
Deixa que a minha voz vagueie muda
Num sonho coberto de amor
Nesta noite fria onde a nossa paixão
Voou nos braços da noite, de sentidas palavras.”

OUTONO
No cair das folhas de outono
Deixa que os meus silêncios te falem
Deixa que a minha dor se esconda
Deixa que a minha solidão te procure
Deixa que as palavras se tornem carícias
Deixa que a minha voz vagueie muda
Num sonho coberto de amor