Pois de que falam os homens ! Que será que lhes põe nos olhos aquele brilho infernal, nas bocas aquela ruga, mais ou menos acentuada, de cobiça ! A febre dos negócios Os sonhos de glória Ambições Invejas Não! Mulheres, unicamente
Para quê alcançar os astros! Para quê! Para os desfolhar, por exemplo, como grandes flores de luz! Vê los, vê os toda a gente.
De que serve então ser poeta se se é igual à outra gente toda, ao rebanho
"Diz me, porque não nasci igual aos outros,
sem dúvidas,
sem desejos de impossível
E é isso que me traz sempre desvairada,
incompatível com a vida que toda a gente vive."
"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto! "
Escreve me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d’açucenas!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!
Hoje a minha sede de infinito é maior do que eu, do que o mundo, do que tudo, e o meu espiritualismo ultrapassa o céu.
Se tu viesses ver me hoje à tardinha,
E me prendesses toda nos teus braços
A tua boca o eco dos teus passos
O teu riso de fonte os teus abraços
Os teus beijos a tua mão na minha