Elis Regina

Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina, na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz

Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento

Quando derem vez ao morro, toda a cidade vai cantar.

Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas, vivendo e aprendendo a jogar.

Vou caminhando sem caminho
Em cada passo vou levando meu cansaço.
O que me espera uma terra, um desencontro
A cidade, a claridade.
E essa estrada não tem volta
Lá se solta o fim do mundo
Um fim incerto que me assusta
Longe ou perto se prepara
Ninguém pára para pensar
Para olhar a dor que chora a morte
De um valente lutador.
Quem foi já não sou.

Eu prometo, por toda a minha vida
Ser somente tua e amar te como nunca
Ninguém jamais amou

É você que ama o passado,
E não vê que no novo sempre vem.

Não liga pro meu samba não, meu samba é meio triste.

Dor de amor que não passa é porque o amor valeu.

A lucidez me leva às raias da loucura.

É muita loucura! E eu sou mais louca que a loucura que tá solta!

Os corações pegam fogo e depois não há nada que os apague!

Amo a musica, acredito na melhoria do planeta, confio em que nem tudo está perdido, creio na bondade do ser humano e intuo que a loucura é fundamental.
Agora só me faltam carneiros e cabras pastando solenes no meu jardim.
Viver é ótimo