"Por muito andar, sem um caminho a seguir, a vida deixarei e mesmo meus dias, em seu constante fluir, fenecerão, sem amor, sem paz, sem vida, diante de muitos nãos, nãos, nãos "
A cada verso
envelheço um pouco
e mais.
A sabedoria da adolescência
não tem a mesma essência
que a idade
e os cabelos brancos,
o conhecimento
e o encanto
que a velhice
e sua experiência
sempre traz
O porquê de agora
não mais explica
os erros do que passou,
mas a toda hora
faz martelar
por que
mesmo sem
começar
um tempo de outrora
já se acabou.
Porque a vida é assim mesmo.
Cheia dos três porquês.
Os gestos são o início de tudo.
Primeiro vem as mãos.
Depois de irmãos,
vem o afago.
Depois do afago o sorriso,
depois do sorriso,
o abraço.
Depois do abraço,
tudo se desmancha em beijo
ou se desmorona o paraíso.
Tem dia que é meio assim,
sem dia,
sem rima,
sem a poesia
que há em mim.
E a vida parece mais vazia,
sem as vozes e as melodias,
que no dia a dia
surge e flui
e não sei se vai partir
A vida é mórbida
para quem não tem
o antídoto para a dor
que é viver.
Sofrer
Não é bem isso
Está mais para lamento
existencial
Afinal, estamos
aqui, no mundo,
para quê