Jamais imaginei que conseguiria viver assim.
Largada, perdida, sozinha.
O mundo está repleto de momentos para serem vividos, experimentados.
E eu fico aqui, na minha, na esperança que a felicidade bata a minha porta.
Nunca fui de desistir e não será agora que a vida irá me decepcionar.
Às vezes, acho graça nas pequenas coisas e acredite, choro também por elas.
Outras vezes tento esquecer alguns momentos e é nesse instante que a verdade vem à tona e o que era para ser esquecido torna se ainda mais presente.
E já não consigo esquecer, controlar.
Quisera eu mandar em meus sentimentos, no meu coração.
Se eu tivesse uma amnésia hoje, todos os meus problemas seriam resolvidos.
Viver o presente não é complicado.
O complicado é você ter que viver o presente, com as lembranças do passado.
Ter essa carga nos ombros para levar com você, para todos os lados, no cinema, no mercado, no chuveiro, na viagem de fim de semana, até quando você muda pra outro país.
E através de muitas tentativas você tenta guardar essas lembranças.
Algumas vezes, você as coloca em uma caixa, outras você as esconde debaixo da cama, mas deixa sempre ao seu alcance para que não as perca de vez.
Existem pessoas que são mais radicais, tomam banho de mar, de cachoeira, procuram ajudas espirituais na intenção de livrar se de vez das tais lembranças.
Mas são tentativas em vão.
Porque elas não saem do seu corpo, da sua mente, com água corrente e sabão.
Não.
Elas ficam marcadas na sua alma, como cicatrizes e são pra sempre.
Jamais imaginei que conseguiria viver assim.
Nessa busca desenfreada de um sorriso, de um abraço, de um ombro para que eu pudesse desabar, de um ouvido amigo para me escutar.
Uma busca que já virou vício.
Essa dependência de pequenas emoções e de grandes momentos, que tornam os meus dias mais interessantes, menos cansativos, mas ainda assim, monótonos.
Por isso, pense bem, avalie o seu presente e viva o intensamente.
Pois são os momentos de hoje, que ficarão em suas lembranças no amanhã.
Liberte se e seja feliz.