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Anônimo

Muitas pessoas têm medo de envelhecer.
A primeira coisa que penso é que a outra alternativa que temos não é nada melhor: ou envelhecemos ou morremos.
Por isso, eu prefiro envelhecer.
E quer saber, acho ridícula a mania que algumas pessoas têm de mentir a idade.
Mais vale ter 60 anos e estar bem, do que ter 60 anos, dizer que tem 50 e ter cara de 70.
Nessa equação toda, o mais importante não é quantos anos você tem, mas sim como viveu cada um dos seus anos.
É isso que conta!
O modo como você vive é que irá determinar como será a sua velhice.
O corpo é uma máquina, e precisa de constante manutenção.
Não adianta tentar fazer uma revisão geral, quando o motor já estiver prestes a fundir.
Mas além de um corpo saudável, também é preciso manter a mente sã.
A velhice, ou a maturidade, pode ser a fase mais bonita e tranquila da vida.
Viver nos faz aprender com as experiências e conviver com diferentes gerações.
E se deixarmos a cabeça e o coração sempre abertos para as mudanças que acontecem no mundo, podemos nos tornar sempre mais sábios, sem ficar ultrapassados.
Só quando estamos maduros é que conseguimos entender o que realmente é importante na vida, e já sabemos tirar de letra problemas que para os jovens são muito complicados.
Os nossos olhos vêem a vida com suavidade, e o nosso corpo, apesar de parecer mais pesado, nos permite caminhar com a leveza de alma de quem já viveu muito do que já tinha para viver!
A velhice pode ser uma fase doce da vida.
Podemos nos tornar mais sorridentes, brincalhões, ousados, podemos voltar a ser quase como crianças.
Mas crianças com um longo caminho já percorrido.
Crianças sábias, não crianças metidas a sabidas!
O mais importante para viver bem a velhice, é se preparar para ela.
É ir plantando sementes ao longo do caminho da vida, para ter sombra para descansar e frutos para colher.

Lembro me muito bem das palavras de meus pais, ainda criança, ao término de qualquer campeonato em que eu era participante, quando de lá saía com uma medalha pendurada no pescoço, de qualquer outra cor diferente da dourada: “O importante é participar”.
“Uma ova”, eu pensava.
“Participar é coisa para perdedor, se estou no campeonato é para ganhar! Se não for dessa forma, por que estar lá ” Sempre perfeccionista, como se isso fosse uma grande virtude.
O perfeccionismo, e não me refiro ao distúrbio neurótico, mas o normal, pode ser um triunfo, quando visto pelos esforços para se atingir a excelência, mas se tornar maléfico, quanto à reação defensiva às críticas, e desastroso, quanto às exigências de padrões inatingíveis.
Ouvi algumas vezes um ditado popular, que utilizo sempre que preciso tomar decisões: “O ótimo é inimigo do bom”.
Outro ditado, que agora está na moda, traz uma mensagem próxima: “Menos é mais”.
Isso significa que estamos em constante mudança e evolução.
Para tanto, é possível dizer que o tempo que se gasta com o propósito da perfeição pode ser mais bem aproveitado.
Até que se atinja a perfeição, oportunidades podem ser desperdiçadas em função do olhar centrado.
Estatisticamente, um ponto fora da curva é chamado de especial e desconsiderado na análise de um processo.
Concomitantemente, é possível afirmar que no jogo do dinheiro não existe quem acerte todas as análises.
É preciso saber perder.
E estudos de finanças comportamentais apontam que a aversão à perda é um dos fatores que prejudicam a tomada de decisão mais coerente.
Com o passar do tempo, experiência, maturidade e educação financeira é que percebi a importância de se buscar a excelência, mas sem o medo do arrependimento por uma decisão equivocada.
Aprendi que perder faz parte do jogo e é melhor assumir a perda, a sustentar, com orgulho, uma teoria que se mostra ineficaz.
As palavras do velho Lou, dirigidas ao aprendiz Bud Fox, chamaram a minha atenção em um dos mais famosos filmes sobre o mercado acionário, “Wall Street, poder e cobiça”, no momento em que o ambicioso jovem o procurou para tratar de um investimento, que, de acordo com ele, era garantido: “ ambiciosos entram e saem no mercado em alta.
Os responsáveis sobrevivem ao mercado em baixa”.
Sábio Lou!
Sinto me confortável em afirmar que devemos buscar uma medalha de ouro, ainda que, ao término da competição, não ocupemos o lugar mais alto do pódio.
Competindo, ao menos corremos o risco de ganhar.
Perder não é nada bom, mas saber perder é, no mínimo, inteligente.
(Prof.
Boro)
(Win Trade)