Talvez o quê eu mais deseje
de ti seja intangível,
escrevo.
Ou talvez não,
nada que a poesia
Não possa tocar o teu coração,
incrível
Numa insegurança
implacável
Está este corpo,
Nada que o teu
Colo não resolva,
se ele for amável
Carinhoso e inefável.
Neste meu canto de exaltação,
desfaço me por ti e sem fim
Sim, assumiria para você
Que ainda sonho contigo,
Se você tivesse reparado
O quê é importante para mim.
Tenho nos meus abismos
mais escondidos
inscritos
os teus beijos
ofertados à eles;
ali estão os teus
beijos habitantes
dos meus recôncavos,
e nestes beijos
estão os afetos afogados.
O coração é bicho bom,
é instrumento fino,
Quanto mais se aperta,
Mais se acerta [o tom]
Estou correndo
na noite brumosa,
E desatada de mim
mesma na ágora
infante cercada
por essa relva azulada
correndo de mim
para ir até você
insinuando me amorosa
aos caminhos
entreabertos que por ti
foram despertos.
Nunca correrei de ti,
só te espero;
Espero como quem
espera um milagre,
Um sinal celeste.
Dei para ti o meu
corpo sublime,
E com vocação amante
com a fé de quem ama
Crendo que poderá seguir
adiante assim te espero.