Saiu a lista dos apaixonados do ano.
Nem sicrano, nem fulano, meu nome estava lá.
Fiz o bê á bá certinho, o arroz com feijão, rezei conforme a cartilha e para não perder me na trilha, segui cada pedaço de pão.
Não quero paixão egoísta, aquela profunda feito poça de chuva fina, aquela quente como a água que o bacalhau se banha.
A paixão que quero deixou pista Muito beija e muito afaga, não apanha e não amarga, é brincadeira de criança Pera, uva, maça e salada mista.
Aquela pétala que cai, pedaço de flor que se banha, maravilhada por agora molhada; mistura se a água de um tempo e some com o rio que rouba.
Adoro jiló, mas toda vez que digo isso vem alguém me dizer que é comida de passarinho Ora bolas, salmão é comida de urso, milho de galinha e cenoura de coelho.
Tragam vozes e resmas, tragam versos e temas, porque meu amor pela praia passeia.
Na orelha carrega uma açucena, emoção é plena.
O coração tá sereno e o olhar tá sereia.
Meu amor bateu de frente com seu cheiro de alfazema, com seu humor de hiena e interpretação eloquente.
A taça fina, que ao rodar do dedo canta.
Ouço o som mais doce e apaixonado, junto ao seu cálice que me acompanha.
Fecho os olhos, embarco e me entrego.
A ganância e a fome foram detidas: uma por tentativa de homicídio ao soltar os cachorros quando a fome bateu na sua porta pedindo comida; no mesmo dia a fome cometeu legítima defesa ao matar os cachorros a grito.
Vem à nuvem, vem à névoa e somem a aves no véu de um Deus.
Os olhos fechados vão além, veem tudo e todos no clarão e na treva, os segredos e os pecados que jamais foram meus.
É sou impostor vivente, fantasioso e sensível.
Pinto com aquarela a imagem de um deus no céu, escrevo no papel minha quimera de um ser imbatível.
Não tenho heróis nem deus, nem meu pai, mãe ou qualquer outro amigo ou membro da minha família! O bicho homem é passivo de traição, e costuma fazer bom uso desse "direito".
Não espero, nem projeto nada em ninguém para não me decepcionar! Não acredito em Sassá Mutema!