Ana Ramos

Gratidão
Não sou perfeita
Nem quero ser
Mas se tem uma coisa que sou
É grata por tudo que recebo
Não admito ingratidão
Talvez esse seja, meu maior defeito
Confesso que isso as vezes me deixa sem jeito
Porque não sei fingir, quando sinto a ingratidão
Permeando minha visão, o âmago se contorce
Não tem jeito.

·
Um Dia
Em algum momento
Eu não puder, dizer te
Eu te amo
Se a vida em mim expirar
Meus sentidos forem
Levados como um sopro
Ao sabor do vento
Ainda assim
Permanecerei em ti
Me veras no revoar
Das borboletas
No beijo do colibri
Me terás no néctar das flores
Na hora em que a noite, devora o dia
Serpenteando o céu,
Com estrelas brilhantes
Vestir me ei de luar
Mostrar me ei nos teus devaneios
Teus lábios selarão com um beijo
Consolidando o amor
Que contigo vivi

EXISTIR
É mesclar a vida
Com um pouquinho de loucura
Nem sempre, só o que faz sentido
Nos deixa feliz

Nem sempre a vida
É
Só o perfume das rosas
AS vezes nos machucamos
Com os espinhos.

Vida
Na correria de beber o tempo
Vão ficando para depois.
O sentido, que as coisas fazem.

Sortilégio
Quando
O dia amanhece
Com tua voz, desperta
O dia floresce
Em mim, a vida renasce
Lá fora, tudo acontece
Borboletas e pássaros
Num bailado orquestrado
Pelo sol, dançam
Respingos, de raios filtrados
Pela janela entram, dão a tua voz
Sons de canção, mágica
Já impregnada na alma
Feitiço que arrebata.
Todas as manhãs
Acordo encantada..

Se não vives, uma situação
Não sentiu na pele a fissura
Não de opinião
Vida não é teoria, mas pratica
Não se sente, não se vê
A vida acontecer
Observando de uma janela.

Quanto mais a vida
Nos mostra dificuldades,
Mais temos que ter vontade
para superar.
Viver é isso
Ir além dos limites
de nossas energias e forças.

Na vida
Algumas vezes
Precisamos
De alguns remendos
Costuras e alinhavos
Alguns ficam tão perfeitos
Que mais parecem bordados.

Tempo
Com o passar do tempo
Não faremos mais diferença
São tantas as amarguras da vida
Que o sentido das coisas, vão se revertendo
O simples, torna se um fardo pesado
Coisas básicas, tornam se enfadonhas
Tamanho é o descaso, que e vê por ai
O Ser só quer Ter sem contribuir
Triste esta constatação, para quem tem sempre
O sentimento nas mãos, dividido em pedacinhos
Como se fossem fragmentos de pão..
Escorrem como areia entre os dedos
Desbotam os sentimentos
Fenecem no frio chão.

Um momento
Um tempo
Um lugar
Uma vida
Conclusões
Construções
Chegadas,
partidas
Idas e vindas..
Respirar
Continuar viva.

A presença de Deus
É tão singular na minha vida
Que as vezes ele me presenteia
Com flores, num cantinho qualquer
Sem eu as plantar, acho que quer me ver feliz

A grande sacada é
Quando a vida
Te olha de cara feia
Você a desarma,
Com um belo sorriso

Quando
A vida nos apresenta
O Amor
Podemos dizer sem receio
Que não há limites para ser feliz.
Tamanha é a dimensão
Deste sentimento.

Enquanto tua preocupação
For a vida dos outros
O que eles possuem
A tua escorre pelos dedos
Como areia fina
Será que vale a pena
Te desliga..
e se liga!