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Alexandre Scaldaferri

Pessoas ou Arremedos
A vida é uma escolha às vezes nossa e às vezes da vida.
Embrenhamo nos na vida que esta ali posta ou que ali decidimos que a vida será.
Ligamos o piloto automático dentro de uma sociedade que clama por felicidade, mas não compreende felicidade fora dos seus padrões.
Pessoas que se aprofundam em um palma d’água e acreditam que mergulharam fundo.
A ideia é parecer ser desde que ninguém questione ou descubra que o que se diz ser é antagônico ao que se é.
E se alguém ousar tanto que aponte imagens divergentes entre a realidade e a imagem do espelho, visto de longe ou de perto, que este ser seja afastado, defenestrado, pois pode revelar uma carne desnuda e podre.
Talvez o maior pecado da atualidade seja manter uma foto digital que se apresente renovada a cada clique que aponte sorrisos enquanto a pele se descasca e se desfaz, pois o tempo é o mestre dos mestres e reflete o desgaste físico, mas principalmente desnuda o que se é por dentro.
A inteligência dá lugar à esperteza que espertamente usa a seu bel prazer um esquema, uma armação, um subterfúgio.
A honestidade é relativa desde que atenda aos objetivos dos mais fracos.
Fracos sim, pois lhes faltam coragem para viverem conforme acreditam escancaradamente e não apenas nas sombras que criam para serem o que realmente são.
Adaptar se à qualquer custo para manter as relações que lhe atendem certos propósitos.
Vazia a vida, vazia a alma que não tem coragem e se esconde nas sombras de mentiras e minutos de descalabro e fama.
Carente de tudo e de todos.

Vem a Chuva
Vem a chuva, vem a água do rio, água do mar, todas águas, mas todas diferentes.
Cada uma chega e vai, mas cada uma faz seu caminho e segue seu rumo.
A água escuta sua essência e vai rumo ao que seu “coração” manda.
Escuta pedras, negocia com rochas, dialoga com a terra, enfrenta barreiras, olha estupefata as regras criadas para fantasiar sua sensação de segurança e propor que matematicamente se encontra a felicidade.
As pedras, rochas, terras, barreiras amigas e amigos insistem que se empoce e se guarde, não se arrisque, aguarde, mas ela sabiamente, presa por um sistema lógico, simplesmente evapora seguindo seu “coração”.
Evapora e retorna pela chuva que vem e alimenta o rio, a nascente, o mar e segue seu caminho, seu “coração”, pois a água é feita de felicidade pura e só é pura por perceber que sua existência feliz vem de dentro do seu “coração”.
E assim escuta, negocia, dialoga, enfrenta seguindo seu rumo, relacionando com tudo, gerando felicidade pura onde passa e vai deixando pequenos pedaços que ao evaporarem se juntam e voltam para partir novamente.
Mas o que tem haver o coração com a água perguntou a mente incrédula no que lia e a água respondia que era ele que permitiria à mente entender aquelas palavras embaralhadas como pingos que escorrem para lados e lugares diferentes.
E isto se dava por que o coração possuía a água mais importante da vida, aquela “água” vermelha que circula e segue seu rumo, negocia com veias, dialoga com artérias, enfrenta órgãos e sabe que a única regra é levar a vida, a felicidade e retornar ao coração para se juntar e partir novamente.