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Marjila Agostini

Carta para alguém
Olá desconhecido.
Não me conheces, e talvez nunca irá conhecer.
Escrevo está carta para desabafar.
Como se fosse um diário.
Mas ao contrário de palavras guardadas em um livro esquecido, desta vez, você será o guardião do meus medos, do meu sofrimento, das minhas fraquezas.
Tenho andando muito só, distante deste mundo.
Procurando refúgio.
Pouco me resta até enlouquecer.
O motivo dessa fase, são muitos.
Os problemas estão caindo como chuva.
Caem aqui, caem ali.
Imagina só que grande tempestade pode acontecer.
Preciso mencionar, alguns momentos agradáveis em meio a esta situação.
Mas difícil é lembrá los.
Afinal, quando o coração se torna depressivo, esfria.
Talvez até congele.
Tenho medo da solidão, tenho medo de finalmente "me afundar” nela.
Mas ao mesmo tempo, ela me parece ser um bom esconderijo.
Como se na solidão eu me encontrasse.
Já que o mundo, as pessoas, me desanimam.
Pois é, a gente vive a aturar a hipocrisia dos idiotas.
Não quero, de modo algum, dizer que “ninguém presta”, talvez eu esteja no lugar errado, e na hora errada.
Talvez o problema seja comigo.
Mas me recuso, me recuso a viver dentro destes estereótipos do mundo contemporâneo.
Me recuso a deixar me dominar pela mídia.
Então, este é um outro motivo pelo qual sou pouco sociável.
E você, não sei como és.
Mas sei que tens os teus problemas também.
Sei que todos os dias procura uma maneira de enfrentá los.
Sei que irá ler esta carta e refletir sobre a vida.
Talvez nada disso lhe interesse.
E ainda prefira rasgar esta folha de papel inútil.
Não sei, não lhe conheço.
Mas desejo te uma vida boa.
Sem frustrações.
Ou com elas, mas com muita garra para superá las.
A vida tem suas dificuldades.
Um grande abraço.