Não é fácil escrever.
É duro quebrar rochas.
Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados.
Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas.
Minha liberdade é escrever.
A palavra é o meu domínio sobre o mundo.
Como poucos, eu conheci as lutas e as tempestades.
Como poucos, eu amei a palavra liberdade e por ela briguei.
Em amor um silêncio vale mais do que uma linguagem.
É bom ficar sem palavras; há uma eloquência no silêncio que penetra mais do que a língua o conseguiria.
O homem é um ser que se criou a si próprio ao criar uma linguagem.
Pela palavra, o homem é uma metáfora de si próprio.
A magia da palavra é a única força que os intelectuais especulativos podem opor à obscenidade do real.
De todas as traições que o intelectual comete, só uma é grave: acreditar que compreendeu algo pelo mero facto de ter sido capaz de ordenar uma determinada parcela de linguagem.
Porque não é pela via da linguagem que eu hei de transmitir o que em mim existe.
O que existe em mim não há palavra que o diga.
Os jornalistas são os trabalhadores manuais, os operários da palavra.
O jornalismo só pode ser literatura quando é apaixonado.
Não mudarei para agradar ninguém.
As palavras alheias fazem menos mal que a vida infeliz que eu teria.
Lutar com palavras é a luta mais vã.
Entanto lutamos mal rompe a manhã.
[ ] Palavra, palavra (digo exasperado), se me desafias, aceito o combate.
Frases! Frases! Como se o conforto de todos, diante de um fato que não se explica, diante de um mal que nos consome, não fosse encontrar uma palavra que não diz nada e na qual nos tranquilizamos!
O que tem feito mal a muita gente não é a mentira; é o invólucro de palavras artificiosas com que se doira a algema que as verdades lançam ao pulso do homem.