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Escritores Famosos

"Pego mais um ovo na cozinha, quebro lhe a casca e forma.
E a partir deste instante exato nunca existiu um ovo.
É absolutamente indispensável que eu seja uma ocupada e uma distraída.
Sou indispensavelmente um dos que renegam.
Faço parte da maçonaria dos que viram uma vez o ovo e o renegam como forma de protegê lo.
Somos os que se abstêm de destruir, e nisso se consomem.
Nós, agentes disfarçados e distribuídos pelas funções menos reveladoras, nós às vezes nos reconhecemos.
A um certo modo de olhar, há um jeito de dar a mão, nós nos reconhecemos e a isto chamamos de amor.
E então, não é necessário o disfarce: embora não se fale, também não se mente, embora não se diga a verdade, também não é necessário dissimular.
Amor é quando é concedido participar um pouco mais.
Poucos querem o amor, porque o amor é a grande desilusão de tudo o mais.
E poucos suportam perder todas as outras ilusões.
Há os que voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal.
É o contrário: amor é finalmente a pobreza.
Amor é não ter.
Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor.
E não é prêmio, por isso não envaidece, amor não é prêmio, é uma condição concedida exclusivamente para aqueles que, sem ele, corromperiam o ovo com a dor pessoal.
Isso não faz do amor uma exceção honrosa; ele é exatamente concedido aos maus agentes, àqueles que atrapalhariam tudo se não lhes fosse permitido adivinhar vagamente."

Não, não devia pedir mais vida.
Por enquanto era perigoso.
Ajoelhou se trêmula junto da cama pois era assim que se rezava e disse baixo, severo, triste, gaguejando sua prece com um pouco de pudor: alivia a minha alma, faze com que eu sinta que Tua mão está dada à minha, faze com que eu sinta que a morte não existe porque na verdade já estamos na eternidade, faze com que eu sinta que amar não é morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte, faze com que eu sinta uma alegria modesta e diária, faze com que eu não Te indague demais, porque a resposta seria tão misteriosa quanto a pergunta, faze com que eu me lembre de que também não há explicação porque um filho quer o beijo de sua mãe e no entanto ele quer e no entanto o beijo é perfeito, faze com que eu receba o mundo sem receio, pois para esse mundo incompreensível eu fui criada e eu mesma também incompreensível, então é que há uma conexão entre esse mistério do mundo e o nosso, mas essa conexão não é clara para nós enquanto quisermos entendê la, abençoa me para que eu viva com alegria o pão que eu como, o sono que durmo, faze com que eu tenha caridade por mim mesma pois senão não poderei sentir que Deus me amou, faze com que eu perca o pudor de desejar que na hora de minha morte haja uma mão humana amada para apertar a minha, amém.
Não era à toa que ela entendia os que buscavam caminho.
Como buscava arduamente o seu! E como hoje buscava com sofreguidão e aspereza o seu melhor modo de ser, o seu atalho, já que não ousava mais falar em caminho.
Agarrava se ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo.
Mas o atalho com sombras refrescantes e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde ela fosse finalmente ela, isso só em certo momento indeterminado da prece ela sentira.
Mas também sabia de uma coisa: quando estivesse mais pronta, passaria de si para os outros, o seu caminho era os outros.
Quando pudesse sentir plenamente o outro estaria salvo e pensaria: eis o meu porto de chegada.
Mas antes precisaria tocar em si própria, antes precisava tocar o mundo.

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta nos um último recurso: não fazer mais nada.
Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição.
Às vezes, é inútil esforçar se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa.
Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixQuando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta nos um último recurso: não fazer mais nada.
Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição.
Às vezes, é inútil esforçar se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa.
Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido.
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer.
Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta nos um só caminho ão ou um favor concedido.
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer.
Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta nos um só caminho