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Padre Fábio de Melo

Falemos de amor na poesia Leve de "Um soneto", de Guilherme de almeida:
Ama, quieto e em silêncio.
É tão medroso
o amor, que um gesto o esfria e a voz o gela.
Não.
O amor não é medroso.
O poeta brinca apenas com a vulnerabilidade dos sentidos ao emprestar "O eco" à vida:
Perguntei à minha vida:
"Como achar a apetecida
felicidade absoluta "
E um eco me disse: LUTA! "
Lutei "Como hei de a esta pena dar a cadência serena
que suaviza, embala e encanta "
"CANTA! "
Cantei.
"Mas, como, num verso,
resumir todo o universo
que em mim vibra, esplende e clama "
então, o eco me disse:
"AMA! "
Amei "Como achar agora
a alma simples que eu pus fora
pelo prazer de buscá la "
O eco, então, me disse:
"Cala! "
Calei me.
E ele, então, calou se.
Nunca a vida foi tão doce
Tudo é mais lindo a meu lado:
Mais lindo, porque calado.[/i]
Lutar, cantar, amar e calar assim queria o poeta.
Lutar para que os desvarios mundanos não roubem nossa sensibilidade.
Cantar a canção da dor e a canção o amor.
Cantar pelos que, empedernidos, já não conhecem os acordes.
Cantar por aqueles que impedem a canção alheia.
Cantar o silêncio dos que não têm voz ou vez.
Amar como ação necessária de encontros e paisagens.
Contemplamos o mundo para conhecê lo e transformá lo.
E calar Mas como calar diante das feridas abertas da injustiça e da destruição do nosso irmão Calar para, como Maria, a mãe da esperança, escutar a boa nova, a missão e então agir
Paciência não como acomodação.
Calar é contemplar o que precisa ser mudado para depois lutar, combatendo o bom combate, e depois cantar uma canção nova e aí, então, amar.
E calar novamente.
Sim, amigo, é no silêncio dos nossos porões que habitam muitas razões.
Ganhar ou perder são imagens que temos de momentos que vivemos e de pessoas com as quais nos surpreendemos.
Não sei, amigo, se você tem medo das perdas que surgem por ái.
Ou se a paciência já é convidada do seu alimento diário.
persigo a paciência como persigo a inquietação; Não quero deixar as coisas como estão.
Quero mudar o mundo, sim, e para isso presiso também da paciência.
E da cumplicidade.
Sozinho, sou incapaz de prosseguir, até porque os medos contemporâneos não me abandonaram.
Sozinho, sou capaz de desistir