Aline de Castro

Não é fácil Muitas vezes eu me sinto sufocada de saudade, de vontade de estar perto

Coloquei sentimentos demais em meu olhar
E ele veio a transbordar doces gotas
A pular em um abismo breve e carrancudo

Depois de lançadas, nada lhes refugia
Nada lhes acolhe, nem dó nem piedade
Evapora então bem de pressa, vira ar
Que meu silêncio vai pingar pela cidade

Larga esse sentimento mal lembrado
Machucado, escondido pelas covas
Pelos cantos das calçadas imundas
Que essas minhas gotas de saudade
Caim cheias, morrem, evaporem
Pra nascerem livres e Irem
Pro céu virar chuva de verdade.

Alçou voo a um precipício sem volta
Chão sujo, duro, ingrato, pisoteado
Que acolhe obrigado, doce que amarga
Água que logo vira barro em meio a pó
Sem a menor chance de resgate