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Giulia Staar

Era a desgraça em pessoa, não fazia meu tipo, não me agradava, nem ao menos me fez dar uma risada alguma vez.
Era o tipo de pessoa que com muita auto confiança e esforço conseguia se ignorar.
Suas falas sempre viam acompanhadas de um singelo palavrão, suas expressões faciais sempre envolviam o maxilar trancado Era o tipo de homem que todas as garotas queriam, o chamado “Perigo em pessoa”.
Engraçado, eu nunca fui o tipo de desejar o perigo para mim.
A maior parte do tempo me afastava de qualquer coisa do tipo, eu não gostava de confusão, muito menos de pessoas que atraiam a por instinto.
O fato é que depois de um tempo, quanto eu mais fugia eu mais me aproximava Mais de suas manias entendia, mais de suas loucuras participava, mais dele eu conhecia Nada parecia lucido quando estava ao seu lado.
Por isso fugia, fugia, mas nunca a lugar algum Corria em círculos, era um ciclo que nunca tinha fim.
Ele até um dia chegou a me dizer que eu fui a unica de tantas que se importava com sua sanidade mental, bom, não era só com a dele que eu me preocupava, era com a minha também, que vinha constantemente declinando, a cada vez que ele se aproximava, a cada vez que seu cheiro se espalhava, que sua boca abria em um sorriso escondido só para mim, a cada vez que ele nada falava, apenas me observava Eu estava ficando confusa, não entendia o que era aquilo que tínhamos, não entendia porque eu parecia estar gostando daquilo tudo que eu sempre procurei fugir.
Não entendia o porque de eu ser importante para ele, o porque dele ser tão insano ao ponto de achar que sentia algo por mim.
Ele nunca havia me feito sorrir, nunca havia dito que se preocupava comigo, nunca havia dito nada para mim que não viesse acompanhando de um palavrão.
E por mais que eu quise se negar, ele insistia em afirmar que havia algo, que tinhamos algo e que eu era idiota demais para perceber.
Eu era o tipo que não se apaixonava, que nunca me deixava levar por nada, era a garota que tinha medo até da própria sombra, que procurou ser tudo menos a garota de alguém Ele era impulsivo, explosivo, indiferente, a desgraça em pessoa.
Ele exalava perigo, e bem, depois de um tempo eu parecia bem avontade com o fato de me arriscar só um pouquinho

E se eu soube se que tudo ia me trazer até aqui E se eu soube se que ser eu mesma desde inicio teria bastado E se eu soube se que você na verdade era o certo para mim E se eu tive se me tocado, e olhado para direção certa, enquanto tentava de tudo para conseguir fixar na errada Você era o certo, mas apareceu numa hora tão errada Eu devia ter percebido que quando você me irritava era para me ver brava, você gostava disso.
E que quando você me acusava das coisas mais doidas do mundo, era para me ver parecendo uma louca, e que quando você puxava sempre meu cabelo era para chamar minha atenção de alguma forma Eu devia ter percebido Quando você sorria para mim não desviava o olhar nem por um segundo.
E quando você me ouvia falar descontroladamente e fingia concordar com minhas besteiras era para me agradar, e que no dia em que eu chorava sem saber o motivo você fazia questão de me dar milhões de motivos para sorrir, ria das minhas piadas mesmo sabendo que elas não haviam sentido algum, você gostava de mim, pelo que eu era, sem mesmo eu tentar ser algo que valesse apena, você gostava do meu sorriso mesmo ele sendo meio amarelado, você gostava dos meus olhos mesmo insistindo que eles eram assustadores por mudarem de cor, você me achava bonita sem maquiagem e fazia questão de deixar isso sempre claro, você gostava de mim mesmo sabendo o quanto eu era atrapalhada e emburrada, você gostava do meu humor inconstante, das minhas crises de riso, mas fazia questão de dizer que me achava louca Você sempre esteve lá e de todos que estiveram, pode parecer clichê, mas você foi o único que realmente sabia o verdadeiro motivo de me apoiar E hoje você não entende mais meus sorrisos, não repara mais na minha mudança de humor, não liga mais para minhas maluquices muito menos se importa em sorrir de volta para mim, você desistiu, você se foi
E se E se São pequenos questionamentos que me faço todos os dias na esperança de suprir a falta que você me faz E tentar imaginar como tudo teria sido, se eu tive se aberto o coração em vez dos olhos, desde inicio.

Ele tinha rido, ele tinha chorado, era tudo tão novo, os papeis tinham se invertido.
Ele tinha seu corpo coberto por esperanças, tinha seu corpo desejando o dela.
Ele encarava a parede, suspirava incontestavelmente, ela era uma droga Uma das mais viciantes, pode se dizer.
Ele sempre precisava dela, e quando o finalmente tinha, era uma das sensações mais loucas e maravilhosas de suas vidas, ele ficava anestesiado, curado, em fim vivo.
Mas, quando ela não chegava, não vinha, não aparecia, não ligava, simplesmente fugia Ele ficava insano, desesperado ele precisava dele acima de qualquer coisa para viver, ele havia entrado em overdose em overdose do amor E no dia em que ela não chegou a voltar Não havia mas a historia de dependência Dependência de algo que, não o via mais Que foi embora E a partir daí ele começou a procurar em todos o que só ela sabia ser Então começou a ter varias, e deixou de ter uma novamente.
Começou a ter tantas que juntas completavam o que ela sabia ser por si só Uma tinha seu sorriso irônico, outra com as mãos delicadas pintadas sempre das cores mais loucas, uma chegou até mesmo a ter a mesma mania de olhar para cima envergonhada Mas nenhuma chegava aos seus pés, nenhuma possuía seu cheiro, a maciez de seus cabelos, nem mesmo chegavam a ter a coloração, algumas até podia ter seu humor inconstante, mas não do jeito que ele queria Ele saia com varias para ter uma só, a que ele desejava a unica que fez ele despertar Mas já era tarde demais.
Ele havia descoberto tarde demais, e hoje o seu maior vicio, sua maior droga Já tinha se tornado proibida, para a pessoa que mais a desejava.