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Matheus Anier

O rato que escrevia poesias
Dentro de um buraco moravam vários ratos.
Uma família de ratos, ratos amigos, parentes ratos, era um ninho de ratos.
Nesse ninho todos se sentiam felizes e confortáveis, alguns estavam ali por não ter outro lugar para ir, outros por conta que no antigo ninho haviam gatos, e alguns porque nasceram lá e nunca pensaram em sair.
Mas em um certo dia um pequeno rato começou a pensar em se distanciar dos ratos que moravam com ele, talvez ir embora daquele ninho, decidiu que deveria ir.
O conforto era bom, estar com sua família também, com seus parentes e amigos, ele se sentia especial, e gostava da segurança, mas o pequeno rato necessitava de privacidade, queria um ninho somente para ele, mesmo sabendo que poderia correr perigo com possíveis gatos, ou que o faltasse aquele velho queijo parmesão para suprir sua fome, mas a ideia ainda permanecia pairando ao ar.
Ao contar sua ideia aos outros ratos houve uma rebelião no ninho, nenhum dos ratos conviventes naquele ambiente deu total apoio a fuga do pequeno rato.
Todos discutiam decepcionados, não entendiam o que podia lhe faltar para existir a necessidade em ir embora, tinha de tudo, segurança, queijo, e ratos que o amavam, não o entendiam, mas o amavam.
Pobres! Não compreendiam que o pequeno rato precisava mesmo era de um lugar no qual pudesse comer suas sobras e escrever suas poesias.
Um poeta pode ser louco, mas nem todo louco é um poeta, e o pequeno rato tem um pouco dos dois.
Mas o bichano sabia muito bem disfarçar sua loucura, sempre soube.
Ao completar vinte fugas de ratoeiras sentiu que algo mudou, a necessidade em escrever poesias o dominou, ter um lugar propício a isso se tornou uma necessidade.
O pequeno rato falhou em esconder totalmente sua loucura e contou um pouco sobre sua necessidade para os bichanos conviventes com ele.
Disseram que se caso saísse do ninho nunca mais teria alguma ajuda se quer, teria que tomar conta de si, e proibiram de realizar essa vontade a pena de ser deserdado por todos.
Ao pensar nas consequências passou a frequentar buracos em paredes sujas, com bebidas e bitucas, por algumas mesas escreveu suas melhores poesias em alguns pedaços de guardanapos.
Aprendeu a falar sobre tudo que sua vida sempre se baseou, paixões, bebidas e loucura.
Mas por falta de coragem em se distanciar do conforto e segurança de seu ninho decidiu continuar se virando por lá.
Talvez pudesse melhorar e driblar um pouco sua falta de inspiração naquele lugar, talvez pudesse aprender a amar mais os outros ratos, talvez pudesse continuar a sobreviver.
Alguns meses se passaram e eu soube que o pequeno rato continua escrevendo poesias, bebendo e escondendo sua loucura daqueles que o rodeia.
O pequeno rato fracassou mais uma vez.

Eu não gosto de café
Você confundiu minha verdadeira personalidade e a culpa é minha, você confundiu quem eu sou, eu não sou quem você acha que sou, sim, a culpa é minha.
Te escrevo essas palavras como símbolo de mudança de página em nossas vidas, nunca as considere somente como um ponto final, mas sim como um novo texto que será escrito.
Lembro do nosso primeiro encontro: A melancolia me fez buscar refúgio naquelas pessoas.
Estando com elas pude viver uma das maiores satisfações da minha vida que foi ter encontrado você.
Ah, antes de continuar, não chore lendo esse texto, isso faria eu me sentir pior do que estou, se é que ainda consigo sentir algo.
Não sou aquele cara do nosso primeiro encontro, sou esse cara que te escreve tornando esse momento eternizado com essas palavras que irão compor suas lembranças, usando esse momento para oficializar nosso último contato.
Não sou um cara extrovertido e sociável como me fiz ser para você naquela noite, não uso aquelas roupas, mas hoje as vestirei.
Parte dos nossos momentos são bons, mas tem momentos que sinto raiva de você, quando me enlouquece se me pego pensando em você.
Eu queria ter te encontrado em um lugar que eu realmente gosto de ir e não naquele lugar, queria ter te encontrado fazendo coisas nas quais eu realmente gosto de fazer e não aquelas coisas, queria ter conhecido talvez uma outra forma de você, e você conheceria minha outra forma.
Lamento não ser mais seu, mas nesse momento você também não é mais minha.
Queria continuar, mas suas músicas me irritam.
Você é um café amargo que tomei naquela cafeteria, tomei mais de uma vez, foi bom ter pago para te ter, foi bom ter provado um pouco de você, mas me enganei com o sabor, não quero mais beber desse café.
Por favor, não chore, não estou bem por estar te escrevendo essas palavras.
Eu realmente gosto de você, aprendi a beber desse café, mas não posso continuar a beber algo que me faz bem somente em tempos específicos, não sei mais qual bebida me faz bem, sei que esteve comigo em momentos de frio, se bem que também já bebi desse café em tempos de calor, você me fez sentir calor.
Eu deveria estar vivendo, mas estou aqui cuspindo essas palavras em você, sentindo seu coração desmoronar por conta de um falso eu que você se apaixonou, meu verdadeiro eu não pode ser mais seu.
Você não sabe, eu sempre neguei, mas meus ciúmes por você me fez escrever essas palavras.
Não queria que soubesse disso somente agora.
Espero que não leia esse texto, mas se estiver lendo, você me encontrou no nosso quarto.
Desculpa sujar nossa cama de sangue, sei que você odeia que eu amarrote os lençóis, eu não queria ter feito isso, mas o sentimento de arrependimento só surgiu quando puxei o gatilho.
Daqui de cima vejo você suja no meu sangue, vejo sua dor, e sinto dor.
Nunca mais beberei esse café.

O rato que escrevia poesias
Dentro de um buraco moravam vários ratos.
Uma família de ratos, ratos amigos, parentes ratos, era um ninho de ratos.
Nesse ninho todos se sentiam felizes e confortáveis, alguns estavam ali por não ter outro lugar para ir, outros por conta que no antigo ninho haviam gatos, e alguns porque nasceram lá e nunca pensaram em sair.
Mas em um certo dia um pequeno rato começou a pensar em se distanciar dos ratos que moravam com ele, talvez ir embora daquele ninho, decidiu que deveria ir.
O conforto era bom, estar com sua família também, com seus parentes e amigos, ele se sentia especial, e gostava da segurança, mas o pequeno rato necessitava de privacidade, queria um ninho somente para ele, mesmo sabendo que poderia correr perigo com possíveis gatos, ou que o faltasse aquele velho queijo parmesão para suprir sua fome, mas a ideia ainda permanecia pairando ao ar.
Ao contar sua ideia aos outros ratos houve uma rebelião no ninho, nenhum dos ratos conviventes naquele ambiente deu total apoio a fuga do pequeno rato.
Todos discutiam decepcionados, não entendiam o que podia lhe faltar para existir a necessidade em ir embora, tinha de tudo, segurança, queijo, e ratos que o amavam, não o entendiam, mas o amavam.
Pobres! Não compreendiam que o pequeno rato precisava mesmo era de um lugar no qual pudesse comer suas sobras e escrever suas poesias.
Um poeta pode ser louco, mas nem todo louco é um poeta, e o pequeno rato tem um pouco dos dois.
Mas o bichano sabia muito bem disfarçar sua loucura, sempre soube.
Ao completar vinte fugas de ratoeiras sentiu que algo mudou, a necessidade em escrever poesias o dominou, ter um lugar propício a isso se tornou uma necessidade.
O pequeno rato falhou em esconder totalmente sua loucura e contou um pouco sobre sua necessidade para os bichanos conviventes com ele.
Disseram que se caso saísse do ninho nunca mais teria alguma ajuda se quer, teria que tomar conta de si, e proibiram de realizar essa vontade a pena de ser deserdado por todos.
Ao pensar nas consequências passou a frequentar buracos em paredes sujas, com bebidas e bitucas, por algumas mesas escreveu suas melhores poesias em alguns pedaços de guardanapos.
Aprendeu a falar sobre tudo que sua vida sempre se baseou, paixões, bebidas e loucura.
Mas por falta de coragem em se distanciar do conforto e segurança de seu ninho decidiu continuar se virando por lá.
Talvez pudesse melhorar e driblar um pouco sua falta de inspiração naquele lugar, talvez pudesse aprender a amar mais os outros ratos, talvez pudesse continuar a sobreviver.
Alguns meses se passaram e eu soube que o pequeno rato continua escrevendo poesias, bebendo e escondendo sua loucura daqueles que o rodeia.
O pequeno rato fracassou mais uma vez.