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EdsonRicardoPaiva

Nada
Nesta vida ou neste mundo
Nos pertence
Apesar de tudo que fazes
Ou que sabes
O sapato apertado
A alegria que não te cabe
Cada dia cada segundo
Os olhos inchados de tristeza
A promessa vazia
A gula engolida
A ira, orgulho, a vingança
Voz desafinada
Os passos errados
Na dança do dia a dia
Melodia do tempo
A travessa de salada
Cada passo apressado
A cara amassada de tanto descanso
Nem mesmo o descaso
Que usam pra te afligir.
Eu, quando em criança
Vencia a corrida
E pensava que os pés eram meus
Cada ordenado recebido
Por cada trabalho malfeito
Eu fazia de conta que era meu
Assim como tudo na vida
Cada elogio, sincero ou fingido
Que eu hoje em dia não mais eu espero
Por cada poema mal escrito
Seja ele feio ou bonito
Eu pensava ou fazia de conta
Que eram meus ou pra mim
Assim como cada coisa errada
E cada coisa na qual eu não quero pensar
Cada marca de pés sujos
deixados ao longe na estrada
A comida que ficou salgada
Cada culpa atribuida
A palavra que não foi escrita
As contas que não davam certo
Nas lousas da infância
Nas coisas da vida
A pedra que não alcançou a vidraça
Na verdade não passou nem perto
E agora eu não sei
Se foi erro
ou se errar
foi o certo
Cada mentira mal contada, que a mãe descobria
E a dor das chineladas que levei da vida
Agora eu sei
Somente as dores e as risadas são da gente
Não se leva culpa
Nem talento
A vida é uma mera ilusão
Arrastada no vento
Um dia você olha tudo isso
E fica feliz ou se arrepende
O mundo ensina coisas
Lições que jamais se aprende
Mas um dia ouve tocar
O sinal de saida
E percebe, no apagar das luzes
Que da vida
Não se leva nada.
Edson Ricardo Paiva.

Houve um tempo
Em que eu quis fazer as coisas certas
Pra poder ser visto e aceito
Como um bom menino e bom rapaz
Eu acreditava que se agisse assim
E Deus me visse
Ele iria gostar mais de mim
A vida foi passando
E eu insistia que havia uma boa razão
Pra prosseguir sendo um bom homem
Sem querer ser melhor em nada
Apenas via a cada dia que amanhecesse
Como a uma nova oportunidade
De fazer o meu melhor
Pelo mundo, por Deus, pelos meus irmãos
Hoje eu olho pro mundo
Olho a vida
Olho pra mim mesmo e pra cada manhã
Que foi perdida no meu passado
Percebo que a gente não precisa
Ver a vida como oportunidade
de ser bom ou agradar a ninguém
Na verdade
O mundo não está
Prestando a mínima atenção
Pois o ato de viver neste mundo
Não chega a ser compromisso
Contrato ou obrigação
E as coisas que eu faço hoje
A maneira que faço as coisas
Conduzindo meus próprios passos
Tem de estar de acordo
Unicamente com a minha consciência
E a maneira que eu achar a mais certa
Quando ninguém estiver me olhando
Sem procurar santidade ou atenção
Pois ninguém está olhando mesmo
Pra nada de certo que a gente fizer
Ou deixar de fazer
A não ser que faça errado
Pra ser apontado, julgado, condenado
A solução que encontrei
Pra viver esta vida
É eu mesmo saber
Se presto ou não presto
Sem corar branco ou vermelho
Diante do espelho
Sem jamais e nunca mais
me ater ao julgo de ninguém
de resto
Eu deixo este mundo de lado e amém
Pois nem a gente e muito menos a vida
Tem que ser bom ou ruim
Ela é só vida
E eu sou apenas alguém
Que não vai consertar
E nem carregar os pecados do mundo
Isso não me dá o direito de piorá lo
E nem obrigação de fazê lo melhor
Mas a tudo de melhor que eu puder fazer
Eu o faço pra ficar de bem comigo
Sem esperar aplausos do mundo
Pois, a bem da verdade
Isso é coisa que nunca vem.
Edson Ricardo Paiva.