Agton Barbosa de Souza

Bebo e não me arrependo de beber.
Arrependo me é de não falar o que devia quando estou bêbado.
Afinal bêbado é sempre sincero.
(Todos acreditam no que um bêbado fala na embriagues).

Declarava mil versos a ela
E era seu sorriso resposta
De que meus versos de aposta
Eram a chave do coração dela

Mas se não fosse o tempo
O que é bom não virava lembrança.
Que não virava saudade.
Que não virava vontade.
De te ver de novo sempre.

Aos loucos
Que pensa do amor os loucos
Que na embriagues dos olhos
Fenecem a cada lira um pouco
A esse sentimento desditoso
Muitos gritos, tragos e soluços
Sorrisos e olhares voluptuosos
Delimitam sua fronteira ao ódio
Em cantos e olhares de encanto
Aos que se entregam perigos
E aos que se rebelam vestígios
Mas todos jogam desse baralho
Sentindo uma vez esse sopro

Zodíaco
Será o zodíaco esse ciclo maldito
Que usa de sua feitiçaria de vida
Não explicar o porquê de cada sina
Justificando que todo destino é traçado
Levamos a vida como um fardo
Ao qual o chamamos de meta
Assim ninguém compreende nada
Tateando a incerteza como um cego
No escuro de compreender a si mesmo
Nesse pesadelo que de sonho mascara
A qualquer sinal de conforto se agarra
E acredita o mundo ter conquistado

Rosália
A todos ela encantava no dia a dia,
Rosália passando ali perto das rosas.
Tinha tanta beleza que fazia inveja,
seja a qualquer família de rosáceas.
A cor de rosa de sua pele corada fazia,
que cantigas de roda fossem inventadas.
E suas fitas de trança sempre coloridas,
com as cores das rosas que Rosália colhia.
Era tanta beleza que o tempo esvaecia,
onde como as rosas tudo tem seus dias.
Rosália chegava ao fim de uma vida,
de botão virou rosa e ao pó voltava.